Síndrome da impostora: aprenda a identificá-la e saiba como evitar

18/07/2023 | Santander Universidades

Você sabia que 7 em cada 10 mulheres sofrem da síndrome da impostora? É o que aponta um estudo realizado pela Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos. De fato, tal fenômeno psicológico é muito mais comum do que pode parecer e afeta principalmente as mulheres.

Se você tende a não reconhecer suas próprias conquistas ou a minimizar o esforço que fez para alcançá-las, acreditando que não é merecedora do sucesso e atribuindo suas vitórias à sorte e ao destino, é muito provável que você também esteja enfrentando esse problema.

Quer saber o que é exatamente a síndrome da impostora, quais são suas possíveis causas e os tipos de comportamento que a caracterizam, além de aprender a lidar melhor com esse quadro? Então, continue a leitura, pois é sobre isso que vamos falar neste artigo!

O que é a síndrome da impostora?

síndrome da impostora é um fenômeno psicológico que faz com que as pessoas que a experimentam tenham a sensação de que nunca estão à altura do que se espera delas ou que não merecem aquilo que conquistaram graças ao próprio trabalho.

Tal síndrome apresenta diferentes níveis e pode se manifestar de maneira pontual, como consequência de alguma mudança ocorrida na vida pessoal ou profissional, mas também pode ter um efeito prolongado e piorar com o tempo. Por isso, é necessário identificá-la e tratá-la, já que ela pode se tornar um entrave para o seu desenvolvimento profissional.

Em geral, todas as pessoas que sofrem da síndrome da impostora tendem a se sentir inseguras. A hipótese é que esse sentimento de insegurança tenha a ver com os seguintes fatores:

  • Dinâmicas familiares disfuncionais na infância: quando uma criança é cobrada para sempre conseguir boas notas ou se alguém próximo a ela é frequentemente reconhecido por suas conquistas, as comparações acontecem a todo o momento.
  • Estereótipos de gênero: como dissemos mais acima, as mulheres são as maiores vítimas da síndrome da impostora em virtude das pressões que existem para que elas atendam às exigências sociais da maternidade em paralelo à vida profissional. Pesquisa realizada pela Revista Crescer, inclusive, apontou que 94% das entrevistadas relataram enfrentar dificuldades para conciliar carreira e responsabilidades maternas, sobretudo por conta do preconceito do mercado de trabalho com a mulher que se torna mãe. 
  • Autocobrança excessiva: quando uma pessoa tem expectativas extremamente altas em relação a si mesma, é comum que ela não consiga correspondê-las à altura, o que leva a altos níveis de ansiedade e possíveis bloqueios mentais.
  • Percepção distorcida do sucesso, do fracasso e da concorrência: em geral, as pessoas que enfrentam esse problema tendem a fazer esforços desmedidos para atingir objetivos que, no fim das contas, não justificam tamanha dedicação.

Como podemos ver, a síndrome da impostora é um medo velado que as mulheres em especial sentem de não serem boas o suficiente, mesmo quando demonstram ter domínio daquilo que se propõem a fazer. Um exemplo muito claro disso é o de uma estudante que, apesar de ter se dedicado muito para prestar vestibular, acredita não ter se saído bem o bastante nas provas para conquistar a vaga desejada; no fim das contas, porém, acaba se surpreendendo com um excelente desempenho.

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Síndrome da impostora: os 5 perfis mais comuns 

A psicóloga Valerie Young, pioneira no estudo desse fenômeno, categorizou os comportamentos associados à síndrome da impostora nos cinco grupos ou perfis abaixo:

  • Perfeccionista: são as pessoas que estabelecem metas muito altas e sempre acham que poderiam ter feito melhor, mesmo quando atingem bons resultados. 
  • Super-heroína: para esconder a própria insegurança, elas acreditam que precisam trabalhar cada vez mais, o que pode acabar prejudicando a saúde mental e o relacionamento interpessoal.
  • Gênia inata: querem que tudo dê certo na primeira tentativa e se frustram quando isso não acontece.
  • Individualista: fazem tudo por conta própria, sem pedir ajuda de outras pessoas, pelo simples receio de que suas supostas incapacidades sejam descobertas.
  • Especialista: acreditam ter enganado os outros sobre as próprias habilidades e têm medo de ser descobertas.

Descubra se você sofre da síndrome da impostora 

Está em dúvida se você apresenta algum dos sintomas ou medos associados a esse fenômeno? Te propomos, então, o teste abaixo para que você possa descobrir se sofre da síndrome da impostora e em que grau.

No entanto, para além do resultado do teste, é importante lembrar que, caso você esteja enfrentando dificuldades ao lidar com certas expectativas e sentimentos sobre sua carreira e outras situações da vida, vale a pena consultar um especialista. Assim, você contará com alguém capaz de avaliar seu caso em profundidade, tendo apoio para administrar os sentimentos que te impedem de avançar em sua trajetória profissional.

Instruções para realizar o teste

  1. Leia atentamente cada uma das perguntas e respostas e selecione a alternativa com a qual você mais se identifica. Não pense muito sobre cada pergunta, pois o que mais importa aqui é responder da forma mais espontânea possível.  
  2. Depois de responder às oito perguntas, conte o número de vezes que cada uma das letras A, B, C e D se repete.
  3. Quando tiver verificado qual letra é a que mais se repete em suas respostas, vá para o final do teste.
  4. Você encontrará a interpretação dos resultados e descobrirá em que medida pode estar experimentando a síndrome da impostora.
Test Síndrome del impostor

Como tratar a síndrome da impostora

A síndrome da impostora se manifesta por meio de uma série de sintomas, entre eles a dificuldade de aceitar elogios, a dedicação excessiva a uma tarefa e a comparação constante. A primeira coisa a se fazer para mudar essa realidade é reconhecer tais atitudes:

  • Não aceitar recompensas: não internalizar as próprias realizações faz com que, ao receber um elogio, um prêmio ou uma boa nota, a pessoa que sofre da síndrome da impostora atribua o próprio mérito a outros fatores, dizendo coisas como “fui bem porque um colega me ajudou” e “tive sorte".

Ainda que o trabalho em equipe favoreça o alcance de melhores resultados, existe também um trabalho individual por trás disso. Ou seja, é importante sempre rever o caminho percorrido como uma forma de se convencer de que você chegou aonde está em virtude do seu próprio esforço. 

  • Tentar ser uma super-heroína: uma atitude muito comum é sempre buscar ser a melhor, agindo como se você fosse invencível e superpoderosa. O problema é que, ao não atingir esses objetivos, você acredita ter fracassado. Às vezes, porém, o melhor é aceitar que temos limitações e que devemos pedir ajuda.
  • Comparação constante: Em muitas situações, a comparação pode ser útil, mas, na maioria das vezes, ela gera ansiedade, sentimentos de inveja e baixa autoestima. Para lidar com esse comportamento, procure se concentrar em suas metas e reconhecer tudo o que você construiu até agora.  

“O que sabemos, saber que o sabemos. Aquilo que não sabemos, saber que não o sabemos: eis o verdadeiro saber”. Assim como sugere a famosa frase de Confúcio, ter clareza sobre os nossos pontos fortes e fracos é o primeiro passo para lidarmos com a síndrome da impostora.

Aprender a confiar em si mesma e nos frutos de seus esforços exige tempo e dedicação. Da mesma forma, aceitar que ninguém é perfeito também não é um aprendizado que acontece da noite para o dia. Nesse sentido, continuar adquirindo conhecimentos, seja lá qual for a sua idade, é uma das melhores maneiras de desenvolver sua autoconfiança.

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