Em 2022, a geração de energia elétrica a partir de fontes renováveis atingiu a marca de 92% no Brasil. O número é bastante expressivo e representa um recorde no desempenho do país, ainda mais se comparado à média mundial de 27%. Isso significa que, a nível global, os 73% restantes provêm de fontes não renováveis, um dado que reforça a afirmação do Greenpeace de que a transição para sistemas energéticos baseados em fontes limpas continua bastante lenta.
Se você quer saber o que são fontes de energia não renováveis, quais são suas desvantagens e por que esse tipo de energia ainda hoje é o mais utilizado, apesar de suas consequências socioambientais e seus impactos nas mudanças climáticas, continue lendo este artigo.
Para reverter os sérios problemas ambientais da atualidade, é essencial saber o que são fontes de energia não renováveis e quais são os tipos existentes. Essa informação é fundamental para ajudar a buscar outras fontes de energia verde e renováveis que poderiam substituí-las, ajudando a construir um planeta mais saudável. Isso ganha ainda mais importância se levarmos em conta que, nos últimos anos, tem crescido o movimento do setor energético em direção à sustentabilidade com o objetivo de reduzir as emissões dos gases de efeito estufa e de cumprir com as metas do Acordo de Paris.
Confira, abaixo, quais são as fontes de energia não renováveis mais utilizadas atualmente: os combustíveis fósseis — petróleo, carvão e gás natural — e a energia nuclear.
O petróleo é extraído de rochas sedimentares nas quais resíduos animais e vegetais se acumularam durante milhões de anos até formar o composto químico que conhecemos. Ele é utilizado como combustível para veículos e todos os tipos de máquinas ou para a fabricação de plásticos, fibras sintéticas, explosivos e fertilizantes agrícolas.
Trata-se da fonte de energia não renovável de maior destaque no mundo entre os combustíveis fósseis, cuja queima para a produção de energia e materiais responde por cerca de 86% das emissões mundiais de CO2. Estados Unidos, Arábia Saudita, Rússia e Canadá estão entre os principais produtores de petróleo, embora seu consumo seja global.
O carvão é formado pela fossilização de resíduos orgânicos das plantas, tendo uma origem semelhante à do petróleo, ainda que sua composição seja distinta. Ao lado deste último, o carvão é, provavelmente, uma das fontes de energia não renováveis mais exploradas.
Além disso, é o combustível fóssil que tem mais impacto sobre as mudanças climáticas, com níveis de poluição bem mais altos do que os de sua produtividade elétrica, além de causar um grande número de mortes prematuras todos os anos. Tanto é que diversos países se comprometeram a acabar com a energia a carvão até 2040 na COP26, a conferência sobre o clima da ONU. O Brasil, entretanto, não assinou o acordo.
Os maiores produtores de carvão são China, Índia, Estados Unidos, Indonésia, Austrália e Rússia, mas seu consumo também é difundido em todo o mundo.
Ainda que o CO2 seja o gás poluente mais conhecido, há outros que também geram um impacto ambiental negativo, como o metano. Segundo a ONU, a concentração desse gás na atmosfera é responsável por cerca de 30% do aquecimento global desde a época pré-industrial, tendo atingido recordes em 2021.
Apesar de, aparentemente, ser mais aceito mundialmente, seus efeitos são tão nocivos para o meio ambiente quanto os de outros combustíveis fósseis, como aponta o Greenpeace. Isso porque o metano, que é um dos gases que mais contribuem com o efeito estufa, é o principal componente do gás natural. Esta fonte de energia também é comercializada no mundo todo e produzida, sobretudo, em países como Rússia, Irã, Qatar, Estados Unidos e Arábia Saudita.
Essa fonte de energia não renovável produz resíduos radioativos que permanecem no meio ambiente por milhares de anos. Além disso, segundo o Greenpeace, grande parte do parque produtivo de energia nuclear no mundo está obsoleto, o que poderia provocar novos acidentes.
Felizmente, como consequência desses fatores, além dos altos custos de sua renovação, o uso da energia nuclear está se tornando cada vez mais escasso, ocupando cerca de 4,5% do consumo de energia primária no mundo. Os países que mais investem nesse tipo de fonte de energia não renovável são Estados Unidos e França, ainda que haja usinas nucleares praticamente em todo o mundo.
Agora que você já sabe o que são fontes de energia não renováveis e quais tipos existem, apresentamos seus pontos negativos. Evidentemente, a principal desvantagem de todos os tipos de energia não renováveis está nos altos níveis de poluentes emitidos na atmosfera, tanto em sua produção quanto em seu uso. Com isso, acabam tendo um grande impacto nas mudanças climáticas, junto com a geração de resíduos não biodegradáveis.
Além disso, as consequências da utilização de fontes de energias não renováveis estão se mostrando devastadoras no que diz respeito à saúde humana. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que quase oito milhões de pessoas morrem por ano devido à poluição atmosférica, além de 91% da população viver em áreas com má qualidade do ar. Como se isso não bastasse, a adoção desse tipo de energia também afeta a flora e a fauna do planeta, provocando a extinção de diversas espécies.
Vale destacar ainda que estas fontes de energia não duram para sempre. Ou seja, seu desaparecimento provocará sérios problemas socioeconômicos. Nesse sentido, segundo levantamento da BP (British Petroleum), até 2067 não haverá mais petróleo no planeta. Já o gás natural acabará em aproximadamente 100 anos, conforme aponta relatório da IEA (Agência Internacional de Energia).
Diante desse cenário, é natural nos questionarmos por que a energia não renovável ainda é mais utilizada do que as fontes sustentáveis. De fato, embora existam argumentos para justificar essa predominância, eles ainda são insuficientes tendo em vista as consequências de seu uso.
Um desses argumentos aponta o fato de que as tecnologias em geral estão mais bem preparadas para a extração e o transporte de energias não renováveis, o que é compreensível, já que mais investimentos e pesquisas foram feitos nessa área. Porém, isso não seria um problema de difícil solução. Da mesma forma, fala-se de um maior número de possibilidades de aplicação se comparadas às fontes de energia verde.
Por fim, há os custos. Entretanto, as fontes de energia renováveis não geram gastos mais altos do que as não renováveis. A diferença é que elas exigem novos investimentos, enquanto as não renováveis já têm sua estrutura garantida.
Apesar desses argumentos, a transição para o uso exclusivo de energias renováveis não é mais uma escolha. Conforme relatório do World Wide Fund for Nature (WWF), se continuarmos com os atuais índices de consumo de energia e de alimentos até 2050 — quando mais de 9 bilhões de pessoas habitarão a Terra —, precisaremos do equivalente a três planetas para atender a todas as nossas necessidades.
Ou seja, a mudança requer esforços em todas as frentes, seja no âmbito econômico, estrutural ou mesmo individual. Nesse sentido, a transição verde só será possível se as pessoas se conscientizarem e adquirirem os conhecimentos e as habilidades necessárias para levá-la adiante.
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