Nos últimos anos, os debates sobre igualdade de gênero vêm conquistando um protagonismo especial em todas as áreas. Entre outros aspectos, enfatiza-se a baixa representação de mulheres na liderança em empresas e cargos de responsabilidade pública.
Os números fornecem evidências significativas: atualmente, apesar de as mulheres representarem 43% da força de trabalho global, apenas 36% das posições de gerência no setor privado e cargos públicos são ocupados por mulheres. Em relação aos cargos em conselhos de administração, a porcentagem cai para 18,2% a nível mundial, de acordo com o Global Gender Gap Report de 2020, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial.
E não parece que se trata de uma maior presença masculina histórica no mercado de trabalho; para cada 100 homens promovidos a cargos de gerência, apenas 72 mulheres são promovidas, como aponta o relatório da McKinsey Women in the Workplace, de 2019.
No entanto, os dados também indicam que o número de mulheres na liderança está aumentando, impulsionado por uma intensificação de políticas proativas de igualdade no setor público e uma maior conscientização sobre o impacto positivo da liderança feminina no mundo dos negócios. Assim, nos últimos 16 anos, o número de mulheres em cargos executivos aumentou 10 pontos percentuais globalmente, de acordo com o estudo Women in Business 2020, da Grant Thornton.
De acordo com a pesquisa Estatísticas de Gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil de 2021, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a maior parcela das mulheres com ensino superior ainda não mudou a realidade do perfil das profissões escolhidas. Elas seguem sendo minoria nas áreas de conhecimento ligadas às ciências exatas e maioria entre as funções ligadas a cuidados e educação.
As mulheres correspondem a mais da metade das matrículas em áreas como bem-estar — que inclui o curso de serviço social (88,3%) —, saúde, excluindo medicina, (77,3%), ciências sociais e comportamentais (70,4%) e educação (65,6%), por exemplo. Por outro lado, representam apenas 13,3% dos estudantes de Computação e Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e 21,6% dos cursos de engenharia e profissões correlatas.
Além disso, no mundo do trabalho, as dificuldades para conciliar os cuidados com a família, o "teto de vidro" e os preconceitos de gênero são alguns dos motivos que dificultam o desenvolvimento das mulheres na liderança.
A Organização Internacional do Trabalho, órgão das Nações Unidas, alerta que existem desigualdades mesmo quando as mulheres alcançam cargos de liderança. De acordo com os dados do relatório The Business Case for Change, ocorre uma segregação por gênero no C-suite, a alta cúpula das empresas. Assim, enquanto as mulheres na liderança tendem a se concentrar em certas áreas de atuação, como Recursos Humanos, Administração, Marketing e Vendas, elas têm pouca representação em outras áreas como Operações, Pesquisa e Desenvolvimento ou Finanças. Nestas últimas, há uma forte presença masculina e, frequentemente, são posições que servem como trampolim para promoções a cargos superiores.
No entanto, a presença de mais mulheres na liderança oferece várias vantagens que não podem ser ignoradas pelas empresas. Portanto, para serem mais competitivas, as organizações devem implementar políticas de igualdade para garantir que tenham talentos femininos suficientes em todos os níveis hierárquicos. Nesse sentido, o relatório mencionado anteriormente da Organização Internacional do Trabalho demonstra o efeito positivo de incorporar mulheres em cargos de comando em diferentes organizações.
Este estudo conta com uma amostra de 13 mil empresas de todo o mundo e indica que três em cada quatro companhias do setor privado que incluíram mulheres em sua diretoria aumentaram seus lucros. Esse aumento varia entre 5% e 20%, números difíceis de alcançar por meio de outras medidas que geralmente exigem mais recursos financeiros e humanos.
O impacto positivo de ter mais mulheres na liderança não termina aqui. Para o mesmo estudo, foram entrevistadas pequenas, médias e grandes empresas nacionais e internacionais de 70 países da África, Ásia, Europa, América Latina e Oriente Médio. E estas foram as conclusões:
O aumento nos lucros não está apenas relacionado à presença de mulheres em cargos de liderança, mas também ao volume de cargos ocupados em toda a empresa. Pesquisas da Organização Internacional do Trabalho indicam que, para que os efeitos positivos da liderança feminina sejam perceptíveis e visíveis, a porcentagem de mulheres na liderança deve ser de 30% ou mais.
O impulsionamento de mulheres na liderança das empresas também é de vital importância para promover a igualdade dentro das organizações: o relatório confirma que empresas com uma mulher como CEO apresentam mais diversidade de gênero em cargos de comando.
A abertura das estruturas organizacionais e o incentivo a mais mulheres na liderança beneficiam as companhias que apostam nisso, conforme demonstram as estatísticas. Mas em que aspectos a liderança feminina difere daquela exercida por homens?
Geralmente, a liderança das mulheres é associada a modelos de trabalho mais voltados para as pessoas, com expressividade e proximidade, assim como a tendência para a cooperação, resiliência, liderança horizontal e predominância do emocional. Os homens, por outro lado, estão mais relacionados a habilidades como estratégia, assertividade ou competitividade.
Embora sejam dois estilos de gestão diferentes, eles não são uma verdade imutável, nem são o resultado de qualidades inatas. A maioria dessas diferenças vem de socializações distintas que recebemos desde a infância, de uma estrutura social que nos leva a obstáculos, como o conhecido “teto de vidro”, e de preconceitos de gênero. Por isso, ainda que as mulheres na liderança atuem de forma distinta aos homens, isso não significa que as deficiências não possam ser desenvolvidas por meio do aprendizado e da experiência.
Nesse sentido, existem oportunidades educacionais que promovem a liderança feminina, ou seja, incentivam as mulheres a adquirir as habilidades necessárias para desempenhar cargos de alta responsabilidade.
Os programas em prol da igualdade de oportunidades e do combate à discriminação no trabalho colocaram o tema das mulheres na liderança no centro das políticas empresariais e como um novo pilar da cultura organizacional.
Os resultados são evidentes, já que cada vez mais mulheres têm acesso a cargos de responsabilidade nas organizações. Investir em uma estrutura inclusiva não só melhora as relações humanas dentro da própria empresa, mas também cria um ambiente de trabalho mais justo e equitativo para todas as pessoas.
Os resultados positivos experimentados pelas companhias que conseguiram identificar e ter mais mulheres na liderança, desde seus estágios iniciais, têm inspirado muitas outras empresas a tomar medidas para alcançar o mesmo resultado.
O relatório Women in Business, mencionado anteriormente, propõe uma série de ações para elaborar um plano de ação em relação à igualdade de gênero em cargos de gestão. Estas são as mais relevantes:
Com o objetivo de impulsionar, empoderar e promover o talento feminino para alcançar a igualdade efetiva, o Banco Santander, em parceria com a London School of Economics and Political Science (LSE), lança uma nova edição do Curso Santander | SW50 2025, destinado a 50 mulheres em cargos de alta gestão.
Este ano, o programa de liderança feminina contará com edições locais em 11 países (Alemanha, Argentina, Brasil, Chile, EUA, Espanha, México, Polônia, Portugal, Reino Unido e Uruguai) para encontrar as 50 melhores diretoras de cada um destes locais, um total de 550 mulheres líderes.
50 mulheres de cada país serão as vencedoras da edição local e farão parte de uma comunidade excepcional de mulheres líderes de todo o mundo. Elas terão acesso a um curso online sobre liderança feminina, ministrado pela London School of Economics and Political Science (LSE), e também terão a oportunidade de participar de um evento com as demais vencedoras de sua edição local.
Entre as 550 mulheres dos SW50 locais, a LSE escolherá 50 finalistas para realizar o programa presencial em Londres. Neste curso global do SW50, ministrado de forma presencial no campus de Londres da prestigiosa London School of Economics and Political Science (LSE), elas irão adquirir as ferramentas, estratégias e habilidades necessárias para trabalhar e aprimorar seu próprio estilo de liderança.
Tudo isso através de conferências interativas, tutoriais individuais e debates com especialistas de alto nível da LSE e demais colegas. Além disso, as participantes receberão sessões de coaching individuais e em grupo e viverão uma experiência única de networking.
O curso cobre 100% do custo do programa de formação, bem como a estadia em Londres durante as datas do programa. Não é necessário ter diploma universitário nem ser cliente do Banco Santander.
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